Em delírio, o viajante,
Começava a desfalecer,
Quando viu mais adiante
Um frondoso pé de ipê.
Abençoado, o caminheiro
Que sentiu a morte, o varrer.
Deu graças ao Deus verdadeiro
Repousou no pé de ipê.
Revigorado então, se ergueu,
Novas terras foi correr.
Por onde quer que correu,
Bendizia o pé de ipê.
Um dia, porém veio estar,
Onde ele esteve a morrer;
Um lenhador a cortar,
Seu amigo pé de ipê.
Alguns anos, passou adiante
O andarilho pelo mesmo correr.
Veio descansar delirante,
Onde estaria o ipê.
E depois, amargurado,
Uma lágrima a
correr...
Rolou no rosto suado,
Regou o que foi ipê.
Depois se prostrou no chão,
Ali veio a morrer.
Levava no coração,
Também a morte do ipê.
Alexandre Leão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário