sábado, 11 de agosto de 2012

(POESIA)-SANGUE E SAUDADE-POEMA

De rubro tingiu-se à tarde,
A noite descendo calma;
De sangue banhava a cena,
Negra, tornava minh’alma.

Ouviu-se distante, a cigarra,
Canção funesta, enfadonha.
Aquela que amo, tão longe,
Não ouvia a cantiga tristonha.

Quisera ser tu, oh sol rubro,
Que se oculta para a noite vir.
Teus olhos se fecham, esconde
O amor que não podes sentir.

A noite se faz presente!...
O sol já não brilha mais!
Terá tempo para esquecer,
O que não esqueço jamais.

De negro tingiu-se a noite...
Minh'alma então padecia.
Chorei como chora a criança,
Como a tarde que aos poucos morria.

Há dia, noite em minh’alma,
Cingindo de rubro meu ser.
Lembrando os sonhos doirados
Que eu nunca pude viver.

Há dia, noite em minh’alma,
Cingindo de sangue meu ser.
Bem longe, prediz a cigarra,
Que eu nunca vou esquecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário